terça-feira, 24 de maio de 2011

Vícios - Tabagismo

Definição: dependência física e psicológica do consumo de nicotina, substância presente no tabaco.
Incidência: dos 16 aos 60 anos.
Causas: factores socioculturais e económicos; saúde emocional e psíquica; baixa auto-estima; predisposição genética; stress; depressão; reforços positivos (busca de prazer) e negativos (evitação de dor).
Consequências: cancro do pulmão; doença coronária; doença pulmonar obstrutiva crónica; derrame cerebral; problemas económicos, sociais; cancro da boca; cancro da laringe; cancro da pele; debilitação do sentido da visão; distorção do ponto de foco visual; debilitação do olfacto; lesões nas gengivas; perda de dentes; rouquidão; enfisemas pulmonares, bronquite, asma; aumento da pressão arterial; obstrução de vasos sanguíneos, aumento de colesterol; ataques cardíacos; úlceras estomacais;
Componentes: monóxido de carbono (gás incolor e inodoro que resulta da combustão do cigarro; possui uma afinidade com a hemoglobina superior à do oxigénio, pelo que reduz a capacidade de oxigenação dos tecidos e interfere nos sistemas enzimáticos; aumenta a viscosidade do sangue e provoca lesões nas veias e artérias; existe em maior concentração no fumo dos cigarros do que no fumo dos escapes dos automóveis); metais pesados (chumbo e o cádmio - causam dispneia, enfisema, fibrose pulmonar, hipertensão, cancro nos pulmões, próstata, rins e estômago; níquel e arsénio – causam gangrena dos pés, danos no miocárdio); gases irritantes (cetonas, acetaldeído, acroleína, entre outros - estimulam a produção de muco nos pulmões, dificultam a expectoração, provocam tosse e bronquite crónica); nicotina (alcalóide amarelo pálido; causa dependência e provoca taquicardia, hipertensão arterial e vasoconstrição periférica por induzir a síntese de acetilcolina, adrenalina e noradrenalina; estimula igualmente a produção de dopamina, glutamato e a libertação de endorfina); alcatrão (substâncias aromáticas capazes de se ligarem ao DNA, formando erros que provocarão o aparecimento de células cancerígenas que originam e espalham o cancro em diversos órgãos); amónia (usada nas limpezas de pisos e azulejos, é corrosiva); propilonoglicol (usado em desodorizantes e sprays; faz a nicotina chegar ao cérebro); acetato de chumbo (presente na fórmula de tintura para cabelo; é cancerígeno); formol (conservante); naftalina (para matar as baratas); fósforo (entra na preparação de veneno para ratazanas; é venenoso e letal, dependendo da porção ingerida); acetona (usado para remover o esmalte; é inflamável); terebintina (dilui tintas a óleo e limpa pincéis; substância tóxica extraída de resinas de pinheiros); xileno (presente em tintas de caneta; é inflamável e cancerígeno); butano (gás da cozinha; mortífero e altamente inflamável).
Curiosidades: o tabaco mata mais que a SIDA, álcool, obesidade e drogas juntos.
Prevenção: informar e formar; comprometer instituições com objectivos comuns; detectar precocemente.

Vantagens de Fumar: probabilidades muito baixas de se tornar sexagenário; total independência das mulheres; capacidade de esvaziar uma sala, sozinho; mais cedo do que esperado, irá descansar em paz na terra de Marlboro com os seus colegas.

Vícios - Drogas (Substâncias Psicoactivas)

Definição: toda a substância química que age sobre o SNC alterando a função cerebral, a percepção, o humor, o comportamento e a consciência.
Tipos: depressores (diminuição da actividade motora, da reactividade à dor e da ansiedade, sendo comum um efeito euforizante inicial e um aumento da sonolência, posteriormente. Exemplos: álcool, benzodiazepínicos, barbitúricos, opiáceos); estimulantes (aumento do estado de alerta, insónias e aceleração dos processos psíquicos. Exemplos: cocaína, anfetaminas, nicotina e cafeína); perturbadores/alucinogénios (provocam o surgimento de diversos fenómenos psíquicos anormais, como alucinações e delírios, sem que haja inibição ou estimulação globais. Exemplos: cannabis, LSD, ecstasy e anticolinérgicos).
Incidência: adolencência.
Sintomas: euforia; excitação nervosa, insónia, loquacidade, aumento do grau de confiança e da auto-satisfação, agitação, agressividade, falta de apetite, fadiga, hiperactividade, transpiração, sede, taquicardia, dilatação das pupilas, aumento da tensão arterial, náuseas, má disposição, dor de cabeça, vertigens, febre, inquietação; alucinações; irritabilidade; insuficiência respiratória; impotência.
Causas: fins recreacionais (alteração propositada da consciência), rituais ou espirituais (uso de enteógenos), científicos (funcionamento da mente) ou médico-farmacológicos (como medicação); transtornos de ansiedade, humor, pânico;
Consequências: dependência física ou psicológica; fracasso em cumprir obrigações; problemas legais, sociais; isolamento; perturbações de consciência; diminuição dos reflexos; debilitação do ritmo cardíaco; anemia, hepatite, descoordenação motora, entorpecimento da fala; convulsões; depressão; overdose (morte).
Administração: ingestão; inalação, injecção intramuscular ou intravenosa; via rectal.
Diagnóstico: exames toxicológicos.
Tratamento: reabilitação; psicoterapia; grupos de apoio; uso de outras substâncias psicoactivas que ajudam a interromper o ciclo de dependência.
Curiosidades: são várias as razões que levam a experimentar drogas, como a satisfação de curiosidade a respeito dos efeitos das drogas; a necessidade de participação em um grupo social; a expressão de independência; ter experiências agradáveis, novas e emocionantes; a melhora da “criatividade”; favorecer uma sensação de relaxamento; fugir de sensações ou vivências desagradáveis.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Vícios - Modificações Corporais

Definição: alteração deliberada e permanente do corpo humano por razões não médicas. Consiste em qualquer alteração realizada em qualquer parte do corpo, com o intuito de diferenciar o indivíduo de outros.
Tipos: tatuagens, piercings, inclusão de corpos estranhos (metal, madeira, silicone), escarificação (cicatrizes através de cortes), cirurgia plástica, queimaduras.
Vantagens: moda; quando realizadas por profissionais e em ambiente esterilizado, são bastante seguras; modo de expressão artístico.
Desvantagens: se não forem desinfectadas ou se a pessoa for alérgica, pode gerar infecções graves que deixam cicatrizes; em casos severos pode originar envenenamento do sangue; os piercings podem acidentalmente perfurar um nervo provocando dor e perda de sensibilidade.

Tatuagens: aplicação subcutânea de pigmentos por agulhas.


Cirurgia Plástica: permite uma aparência de proporcionalidade/equilíbrio; reconstituição de partes do corpo por razões médicas. Desvantagens: efeitos secundários da anestesia; dor durante a recuperação; morte; erro médico; infecções.


Branding: processo em que a pessoa tem a pele marcada por ferro quente. O resultado é uma cicatriz que fica permanentemente na pele. O processo normalmente é composto por linhas não conectadas, para garantir que os elementos, quando cicatrizados, não formem símbolos disformes.


Implante transdermal: são colocados adornos debaixo da pele através de intervenção cirúrgica. Os riscos são os mesmos de qualquer outra modificação corporal “3D”, como possíveis inflamações, quelóides, além do risco de rejeição pelo organismo.


Alongamento de orelha: para uma cicatrização perfeita, o ideal é não ter pressa e começar com alargadores pequenos. É bom ter cuidado com a higiene para evitar o surgimento de quelóides ou infecções, que em alguns casos, podem alastrar. É importante ter em conta que, a partir de certo diâmetro, a orelha não regride.


Bifurcação de língua: “tongue splitting” é um procedimento cirúrgico em que a língua é cortada ao meio. Com o tempo, é possível mexer as duas partes individualmente.


Dentes lixados: consiste na alteração da aparência dos dentes, raspando-os com uma lixa para que fiquem pontiagudos.


Corsets: também chamado de “espartilho” ou “corpete” é um item do guarda-roupa feminino criados no século XVI para controlar as formas femininas da cintura e anca.


Beading: são implantadas pérolas sob a pele do pénis. Serve para aumentar os estímulos durante as relações sexuais.


Tatuagem de córnea: a córnea, camada invisível de tecido na parte frontal do olho, pode adquirir cicatrizes devido a lesões ou doenças, ficando manchas opacas. Utilizando esse princípio para tatuar os olhos, os tatuadores utilizam seringas.


Dilatação anal: é semelhante ao alongamento de orelha, mas não se usa uma jóia em redor do orifício.
Implantes extraoculares: uma camada superficial do olho é cortada para, em seguida, ser inserida uma pequena jóia.


Escarificação: cortes de bisturis com o intuito de formar uma cicatriz de acordo com o desenho desejado pela pessoa.


Pocket: semelhante aos piercings mas a haste fica para fora, e as pontas ficam dentro da pele.

Vícios - Telemóvel

O telemóvel foi concebido para facilitar a nossa vida, e assim é, quando usado apenas como uma máquina a que podemos recorrer. Infelizmente tornou-se um vício do qual ficámos dependentes.
Não se trata de quanto tempo passamos a falar ao telemóvel, o que é igualmente um problema, mas da necessidade de estar conectado para saber o que se passa e permanecer disponível.
Uma invenção relativamente recente tornou-se num bem de consumo de primeira necessidade.
É diferente dos vícios do álcool, drogas ou jogo, sendo difícil saber exactamente a problemática dos telemóveis. Grande parte da população mundial é afectada por este problema. Este tipo de vício não escolhe idades nem classes sociais.
É um facto de que um telemóvel se pode fazer útil em caso de perigo ou de urgência, mas por outro lado a privacidade e as horas de ócio são bastante prejudicadas.
No caso dos jovens, a mentira é comum para que tenham dinheiro para carregar os telemóveis; apresentam perturbações comportamentais e dificuldades em levar uma vida normal; mau aproveitamento escolar; ansiedade e stress; má audição; dores de cabeça mais frequentes; acidentes; problemas económicos…
O tratamento, como qualquer outro vício, deve focar-se no reconhecimento pelo próprio indivíduo de que tem um vício e deve moderá-lo, para que a sua vida não seja regida pela dependência.

Vícios - Jogo

O vício do jogo, como qualquer outro vício, é um comportamento compulsivo e obsessivo que afecta as relações pessoais, familiares e profissionais.
A generalidade das pessoas não admite determinados comportamentos compulsivos como fazendo parte de uma adição. Muitos pensam que só se é dependente de álcool ou drogas, coisas que são passíveis de dar “cabo da vida”.
A verdade é que somos dependentes de algo (substância ou comportamento) se a nossa vida gira à sua volta de tal modo que somos governados, e não governadores; quando a obsessão afecta as relações sociais e quando se está, percebendo-o ou não, a perder independência face a uma substância ou a um produto concreto.
Assim, a dependência instala-se quando o comportamento perante o jogo ocasiona consequências nefastas para o jogador compulsivo e familiares e amigos, e tal comportamento começa a ocupar grande parte dos pensamentos do indivíduo.
Tanto em jogos a dinheiro como em jogos de computador, o que interessa ao jogador é o poder e ganhar. Os jogos de computador se, por um lado, podem ajudar a desenvolver a capacidade de raciocínio, por outro, veiculam demasiada violência.
Seja qual for o estilo de dependência do jogo, o relevante é que o jogo é a prioridade total – não deixa tempo para mais nada.
Regra geral, é uma situação detectada já bastante tarde. No caso dos jogos a dinheiro, normalmente, a partir do desespero patenteado pelo dependente (susceptível de desencadear ideias de suicídio), que pode ter origem no facto de ter apostado tudo o que tenha algum valor. No caso dos jogos de computador, detecta-se tal como o vício da internet, pelo tempo excessivo passado ao computador, o isolamento social, a baixa de auto-estima e alterações de humor.  
A dependência do jogo pode coexistir com transtornos de ansiedade, do humor ou com a adição ao álcool ou às drogas e ter origem em factores genéticos e/ou psicossociais.
As técnicas de tratamento para a dependência do jogo são semelhantes às utilizadas no tratamento de dependências químicas. O indivíduo deve reconhecer a sua incapacidade de controlar o impulso de jogar e dispor-se a manter-se abstinente deste vício.
O apoio psicológico é uma das valências mais importantes do tratamento para a dependência do jogo, sendo que, no decorrer dos processos terapêuticos, o paciente vai interiorizando que não poderá voltar a uma mesa de jogo, por exemplo – por brincadeira, ou seja pelo que for –, se pretender manter-se em sanidade.